Primeira Folha pioneira na produção de microvegetais

Fecha de publicación: 05/07/2022
Fuente: III Coloquio PAM Castelo Branco marzo 2022




José Brito e Abreu é um dos pioneiros na produção de microvegetais e flores comestíveis em Portugal. Começou o negócio da ‘Primeira Folha’ em 2011, na Universidade de Évora, e hoje em dia fornece alguns dos melhores hotéis e restaurantes do país a partir de Mora, no Alto Alentejo.



Por: Nélia Silva, revista@aphorticutura.pt



As microleaves, vegetais em folha colhidos nas primeiras semanas de vida, são considerados super-alimentos pela sua elevada concentração em nutrientes, alguns autores referem que podem conter quatro a 40 vezes mais nutrientes do que os mesmos vegetais na fase adulta e, além disso, acrescentam cor, sabor, frescura e elegância às refeições.



A moda começou na Califórnia, EUA, em meados da década de 90, impulsionada por chefs de restaurantes sofisticados, mas o uso dos microvegetais rapidamente se democratizou impulsionado pela crescente procura. E até mesmo a agência espacial norte-americana (NASA) tem em curso ensaios para produzir microvegetais no espaço, considerando que são uma opção alimentar conveniente e saudável para missões espaciais de longa duração.



A ‘Primeira Folha’ é uma das empresas portuguesas que se dedica a este nicho de mercado e conta entre os seus clientes os mediáticos chefs Kiko Martins e Chakall.



José Brito e Abreu fundou a ‘Primeira Folha’ em 2011, depois de ter trabalhado na Vitacress, em Odemira, e mais tarde como produtor de baby leaves, por conta própria. “Nos últimos 20 anos trabalhei em horticultura sempre muito ligado à restauração e, na altura, muitos chefs me perguntavam: vocês fazem baby leaves, porque é que não têm micro leaves?”, conta. Estudou o tema e decidiu pôr mãos à obra. “Surgiu a oportunidade de nos instalarmos na Universidade de Évora, tínhamos a estufa e os alunos podiam lá trabalhar, aprender e fazer visitas de estudo. Estivemos lá sete anos e foi uma ótima experiência”, recorda.



À medida que o negócio cresceu, a ‘Primeira Folha’ viu-se obrigada a procurar uma localização alternativa e a opção foi Mora, no Alto Alentejo, onde atualmente produz mais de 20 espécies de microvegetai, entre as quais, cebolinho, agrião, manjericão, beterraba, coentros, diakon (rabano), ervilha, funcho, mizuna, mostardas, rabanete, shiso vermelha e rúcula, além de flores comestíveis.



Os microvegetais são produzidos em tabuleiros com substrato e as flores comestíveis em vasos, em duas estufas automatizadas e climatizadas para garantir a qualidade dos produtos e o fornecimento contínuo ao longo de todo o ano.



Após germinação, os microvegetais são colhidos entre a primeira e terceira semana, numa fase de crescimento muito preliminar em que a primeira folha (cotilédones) e, por vezes, a folha verdadeira se encontram já desenvolvidas. Toda a colheita é mecanizada.



Na distribuição destes delicados produtos o mais importante é respeitar a cadeia de frio para garantir a máxima vida de prateleira, e por isso, “tanto com os nossos carros como com os nossos parceiros de distribuição fazemos um controlo muito grande”, explica José Brito e Abreu.



A Primeira Folha vende 1000 a 1500 cuvetes de produto por dia e tem planos para aumentar a área de produção já no próximo ano, recuperando da quebra sentida no negócio durante os dois anos de pandemia.



Controlo biológico de pragas garante produtos sem resíduos



A ‘Primeira Folha’ recorre exclusivamente a métodos preventivos e biológicos para controlar as pragas, utilizando produtos da Koppert Biological Systems. “Como colhemos os microvegetais muito pequenos, alguns ficam prontos em 10 dias e outros no máximo em 3 semanas, não dá tempo para as doenças lhes pegarem. Já nas flores é diferente, estão em vaso e ficam 3 a 4 meses na estufa, por isso precisamos de controlar os insetos, sobretudo afídeos e tripes”, explica o produtor, acrescentando: “conseguimos ter um bom controlo das pragas com as soluções da Koppert e o segredo não está apenas na qualidade dos produtos, a equipa técnica da Koppert dá-nos uma grande ajuda”.



“Conseguimos ter um bom controlo das pragas com as soluções da Koppert”, José Brito e Abreu proprietário da ‘Primeira Folha’







“Na conta de cultura o que mais pesa é a semente, pois as densidades de sementeira são elevadas para podermos tirar rendimento do produto que colhemos muito pequeno”, José Brito e Abreu proprietário da ‘Primeira Folha’







Os chefs Kiko Martins e Chakall são clientes da marca ‘Primeira Folha’







Estufa de flores comestíveis